26 de fevereiro de 2009

Memória

Amar o perdido
deixa confundido
este coração.

Nada pode o ouvido
contra o sem sentido
apelo do Não.

As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão

Mas as coisas findas
muito mais que lindas,
essas ficarão.

Carlos Drummond de Andrade

24 de fevereiro de 2009

Eita...

Vou dizer o que?? Nada?
Sim, porque nada é tudo. E quando tudo não diz nada... aí, esqueça tudo. Porque voce é um espelho, nós nos refletimos ao lado oposto do que imaginamos. Ou imaginamos o lado oposto do que refletimos. Tudo ultimamente está tão dúbio, uma dúvida que insistia em perguntar sem responder. Mas o que dizer do que não tem resposta. O que esperar do que não tem volta... como guardar o que não se pega, e como ter o que se abstrai?
A coragem e a verdade de sentir o que se vê, de guardar o perfume da flor e de poder calar o sol com um sopro, pode restaurar-te de tudo o que não te responde. E se esperas um pouco, alguém que nunca vem, cala-te. Sopra aos teus ouvidos e aos quatro cantos que um segredo não se esconde, se liquidifica.

23 de fevereiro de 2009

E acabei sonhando...

Sonhando que podia mais, mesmo com toda lâmina.
Querendo, mais uma vez, distinguir o que é igual. E deito, durmo, viro, volto, me descubro...
E vai-se vivendo momentos curtos de eterna euforia, saboreando o doce amargo no paladar infinito do beijo que insiste em não acabar. E como a chuva escorre na janela, vão-se as mão em meio a devaneios suprimidos da imensa vontade de estar ao lado daquele córrego, resplandecente espelho d'água, que alimenta e reflete a imagem mais bela da flor assentada ao seu lado.
Mas o que dizer do que não aconteceu. A flor tinha um espinho, lindo espinho. E estava calada as margens frias e molhadas do velho rio. Mas nao sabia ela, que lá, nas margens do belo e velho rio, corre a mais pura, e cristalina fonte de energias, capaz de restaurá-la.
E na noite de tão esplendoroso luar, um pouso suave de uma linda abelha transporta para a outra margem do rio o nectar da vida capaz de transformar-se em outra flor, tão bela e vicosa quanto.
E no meio do vôo, acordei.
Mas acordei sabendo, que mesmo em margens opostas, a flor nao está sozinha. E pode com ela mesmo, se inteirar, e um lindo botão nascer.
... E a ele que assistia a instalação de um enorme botão, que sairia dali uma aparição miraculosa, mas a flor não acabava mais de preparar-se, de preparar sua beleza no seu verde quarto. Vestia-se lentamente e ajustava uma a uma suas pétalas.
"E o principezinho então, não pode conter seu espanto: - Como tu és bonita."

20 de fevereiro de 2009

Só voce me dá.

Água na boca... de tanto ter
você,
de muito te querer.
É de praxe,
água na boca de você.

Água na boca de sentir,
uma vez você ouvir,
segredos de alfimim.

Hum...
água na boca dá você,
só de olhar, não te vejo.
Precejo um bocejo e deixo,
água na boca, sem leito.


Surgiu hoje de manha, pairando no meu pensamento. Algo saliente, envolvente, que meche com a boca da gente. Então levanto, sento e durmo. Com água na boca.

16 de fevereiro de 2009

Infinidez

E quando na manha eu não encontrar-te ao meu lado na cama, saberás que o litúrgico amor que nos envolve é frequência esplendorosa da magia que nos encanta.
E posso dizer, sim, do amor que tive... nao posso tê-lo, mas equacioná-lo, não quero guardá-lo nem precioná-lo.
Apenas quero que saibas, Oh amor, que na frequência que emano os meus pensamentos, sempre estive com voce, e eu sei que não é um amor posto que é chama, todavia te digo o quanto serei atento em tudo, o quanto antes.
E sempre na mesma face do teu encanto, onde deleito milhões de beijos apaixonados, se encante mais meu pensamento.
E não será mais tarde a morte, nem a solidão e o fim de quem ama, mas será eterno o amor que existe entre os corações, e infinito enquanto dure.
E assim o homem distingui-se dos homens.
Mas nada se diz de essencial acerca da catedral se apenas falarmos das pedras. Nada se diz de essencial a respeito do Homem se procurarmos defini-lo pelas qualidades humanas.
E o seu amor?
Amem quem vos comanda. Mas sem lhes dizer.

11 de fevereiro de 2009

Aqui é assim.

Uma simiose do tempo...
...descrevo e disseco essa publicidade que que entorna o mercado visserado de cartelas no absurdo mútuo da categoria esplêndida e boquiaberta com o inescrúpulo descrédulo da raça humana que tenta discernir se vai ou se fica. Mas se fica, te como, te devoro, e te digo, não corra, porque é assim que é.
E enquanto luto, afio e levanto minhas garras, e em um so golpe certeiro diante de milhões e millhões de pensamentos, destaco a vontade do retorno, entorno regozija, e morre no fim. Uma morte leve, louca e solta.

10 de fevereiro de 2009

FIAT 2009

"Amigos para sempre... la laiá laiá laiá"

Todos vimos a nova campanha televisiva da Fiat. Instigante e objetiva.
Envolve pela musicalidade, pelo "ar" de amizade e amor, companherismo entre as pessoas.
Envolve também, é claro, pela fotografia. A iluminação, os filtros, e a correção, revelam momentos de alegria na vida das pessoas, e as imagens acompanha isto.
Quem não se viu em alguma cena daqule mostrada na TV?

Pois é. Por falar em se ve, é preciso saber do que estamos falando.
Peça: VT 45"
Cliente: Fiat Veicolo
Praça: Nacional

Traduzindo imagens do dia a dia, revelam semelhanca com o espectador, e o instiga a participar daquele momento.

É assim a publicidade.

batendo tudo junto

Queria eu saber o que fazer nesta manha. Mas nada me vem a cabeça, so o vento.
É legal saber quando estamos bem, e tambem quando estamos mal.
Se é por alguem que estamos aqui, que seja.

Quero trazer movimentos, historias, andanças.
Porque sou um pouco estático, um pouco leve... vou com o vento.
E entre a estática e a leveza, viajo, nado, corro, grito e falo. Porque entre todos os elementos eu me encontro/ E me encontro em uma forma delicada e brusca. Áspera e incisiva.

E quanto mais vejo, mais quero. Mais grito e desespero, e espero. Espero. Espero.
Porque só assim eu posso ver, sentir, tocar. Voce.

Estás na TV, no jornal, ns net, revista e enquetes. Um anuncio, um recorte, um VT, uma cartela. Posso falar tanto em ti, que passaria incontaveis dias a procurar na mente daqueles que me rodeiam, um caso certo de amor.

Só assim. É assim.

8 de fevereiro de 2009

Se tu vens...

E ele riu mais uma vez.
- E quando te houveres consolado (a gente sempre se consola), tu te sentirás contente por ter me conhecido. Tú serás sempre meu amigo. Terás vontade de rir comigo. E abrirás às vezes a janela à toa, por gosto... E teus amigos ficarão espantados de ouvir-te rir olhando o céu. Tu explicarás então: "Sim as estrelas, elas sempre me fazem!"

E nenhuma pessoa grande jamais compreenderá que isso tenha tanta importância!